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Motoristas de táxi, aplicativos e mototaxistas acatam restrições de trabalho e normas para prevenção ao coronavírus


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Em tempos de “fique em casa”, o transporte de pessoas virou polêmica, mas apesar das queixas de proprietários e permissionários de meios de transporte, em Rondônia o Decreto Governamental nº 24.871/2020 tem sido elogiado por zelar totalmente pela saúde pública.

O máximo de cuidado nos táxis, carros de aplicativos e compartilhados somam-se às restrições de circulação de mototáxis, devido às recomendações do Ministério da Saúde em respeito da distância de um metro entre motorista e o passageiro. O capacete usado em mototáxis acumula bactérias e também está sujeito ao novo coronavírus. Diversas cidades brasileiras, ao longo da década, adotaram leis para esses profissionais distribuírem tocas e recomendarem seu uso por passageiros.

“As proibições não são definitivas, são temporárias, enquanto durar essa pandemia”, explica o médico infectologista Armando de Freitas Noguera, da Policlínica Oswaldo Cruz (POC).

Como está a situação, após a edição do decreto?

Armando Noguera – As medidas que abrangem esses transportadores de pessoas visam o controle da doença (Covid-19). Nesse primeiro momento, a gente não tem óbitos, os casos isolados estão sendo identificados pela Vigilância Epidemiológica, os pacientes são mantidos em isolamento domiciliar e a todas as pessoas que tiveram contato com eles recomenda-se ficar em isolamento. Se houver outros casos, é preciso que as pessoas não contaminem as outras.

Médico infectologista Armando Nogueira

Qual o perigo para quem sai de casa a passeio ou para procurar algum serviço particular, bancário ou público?

Se a pessoa deixar sua casa para ir às ruas passear de mototáxi, ela se locomove e facilita a transmissão do vírus, e isso envolve tanto o mototaxista quanto o seu passageiro. Nesse primeiro momento [antes da curva da doença] essa restrição ao transporte público é correta, porque a gente sabe que o sistema de saúde tem condições de receber os doentes de maneira parcelada, não de uma só vez. Se não tomamos medidas de controle sobre a movimentação de pessoas, a doença avança rapidamente, fazendo muitos adoecerem na mesma semana.

De que maneira o senhor analisa prejuízos financeiros dessas classes de trabalhadores e o que lhes recomenda?

Apesar do problema financeiro causado a esses profissionais, eles devem pensar na saúde de cada pessoa e na vida deles. Aos condutores de aplicativos e aos taxistas, o recomendável é o que todos já sabem: lavem as mãos frequentemente, com água e sabão ao chegar ao destino.

E dentro do carro?

Dentro do carro, o motorista é responsável pelo transporte da pessoa, então, ao transportar alguém doente, deve também proceder à higienização com álcool em gel. Reconhecemos que ele tem um custo a mais, pode também usar hipoclorito de sódio (desinfetante) para limpar o veículo, quando transportar paciente com sintomas respiratórios.

HIGIENIZAÇÃO EM TÁXIS E APLICATIVOS É ESSENCIAL

Entre taxistas e motoristas de aplicativos, embora não sejam 100% seguros os cuidados usuais, o ambiente fechado pode facilitar a transmissão da doença. Há formas de prevenir o contágio.

“A higienização é essencial”, admitiu o motorista de aplicativo Alan Santos, 42, do Bairro Lagoinha (Zona Leste de Porto Velho). Segundo ele, há algum tempo circula com luvas e álcool gel para uso próprio e de seus passageiros, não permitindo mais que dois por viagem. “Eu peço paciência a qualquer um que eu carrego, porque ando com os vidros do carro abertos e o ar desligado”, disse.

Alan explicou que orienta os seus usuários, propagandeando a quarentena. “Faço isso, mesmo vendo chegar as contas para pagar, de cuidar de um casal de filhos e de minha sogra, de 66 anos, ela está na área de risco”.

Para o mototaxista Francisco Gomes de Menezes, 52 anos, casado, dois filhos, o álcool em gel “é o de menos”, entretanto se queixa da paralisação das corridas.

Táxis e aplicativos: Vigilância Epidemiológica explica todo rigor sanitário

Nesta quarta-feira (25), o presidente da Cooperativa de Transporte Alternativo de Mercadorias e Passageiros em Motocicletas (Coopetram), Edivane Morais de Almeida, disse que a entidade aceita a doação de cestas básicas de alimentos. “Não tivemos tempo de nos preparar para a situação que o País está vivendo”, declarou.

Segundo Edivane Morais, trabalham na cidade 1,2 mil mototaxistas. Primeiramente, ele enviou ofício à Secretaria Municipal de Assistência Social, depois, solicitou também ajuda do governo estadual.

“Estamos, todos sabem, impedidos de trabalhar; não temos uma renda boa, nem um fundo financeiro de reserva, tudo fica complicado”.

O presidente da Coopetram esclareceu que a entidade “não está pedindo dinheiro, nem pretende voltar a trabalhar (no período de quarentena). Apenas reivindicamos alimentos, e essa é a solução para o momento”, acrescentou.

COMO AGIR

Algumas recomendações aos motoristas de táxi, aplicativos e compartilhados:

Evitar contato físico mais próximo com o passageiro, até mesmo conversar pertinho pode ser perigoso. Por esse motivo, o transporte público não é recomendado

O motorista pode passar álcool em gel para limpar as áreas de contato, a exemplo do volante, manopla do câmbio, botões, puxadores de porta e outros elementos. Ou álcool 70% em um pano macio.

Não faça isso: ligar o ar no máximo e fechar a ventilação para agradar os passageiros. A circulação sempre deve estar aberta. O ideal é rodar com os vidros abertos. Pode ser incômodo no calor, mas não será tão desconfortável ou perigoso quanto ser infectado pelo coronavírus.

De nada adianta esse cuidado se o filtro do ar-condicionado estiver comprometido. Caso sim, o sistema pode colaborar para o desenvolvimento do vírus, além de fungos e bactérias.

Tome cuidado também com lixo e outros objetos deixados por passageiros. Leve uma bolsa descartável e jogue fora o material assim que possível.

FONTE: Secom – Governo de Rondônia

 

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